Oi galera. Hoje eu quis trazer em texto, uma tag que resume bem toda a minha transição que finalmente chegou ao fim!
1- Quando tempo você tem/teve de transição?
Minha transição durou quase 2 anos. Eu fiz minha última química em 01/08/2015 e resolvi entrar em transição 2 meses depois dessa química. Eu usava progressiva, que eu contei nesse post de muitos anos atrás.
2- Você pensa em fazer Big Chop ou fez?
Big Chop significa Grande Corte, no qual você retira toda a química do cabelo. E acabou, que eu não fiz isso. Lógico que teve o momento que todas as pontas foram cortadas, mas foi um processo gradual. Não cheguei a ter o cabelo curtíssimo. Meu último corte que tirou todas as pontas lisas da frente do cabelo foi dia 22/07/2015.
3- Por que você decidiu entrar em transição?
Primeiro foi uma decisão política, parar de aceitar padrões impostos por uma cultura racista. Depois foi uma decisão de estética, nas buscas por inspirações sempre achava o natural mais bonito, combinando melhor com aquela pessoa, emoldurando o rosto que foi projetado pra aquele cabelo. E esses dois fatores se combinam até hoje para me achar bonita e feliz como eu sou. Eu falei mais sobre o porquê nesse post.
4- Quem te inspirou a fazer?
Eu tive muitas inspirações, muitas pesquisas e tudo. Não tive alguém tão forte, mas a Dani Azevedo tem um cabelo maravilhoso e inspirador. A Priscila Silva também tem um cabelo lindo, mas eu tenho uma admiração especial por suas opiniões e modo de se expressar.
5- Quais coisas mudaram na sua vida durante e depois da transição?
Primeiro o modo como eu trato meu cabelo. Mudou completamente a rotina de cuidados, hidratações e tudo. Segundo, a autoestima. Eu virei outra pessoa, muito mais confiante, mais segura e passei a me amar. Eu odiava meu cabelo de um jeito que só quem já lutou contra si mesma sabe. E essa é a mudança mais importante pra mim, passei a me amar, amar meu cabelo e amar quem eu sou.
6- Teve apoio familiar?
Tive e não, ao mesmo tempo. Uma parte gosta, outra não. Mas minha mãe, entrou em transição comigo, ficou cacheada antes de mim, e foi muito importante nesse processo todo.
7- Como levou as críticas?
Ninguém virou pra mim e me mandou alisar, falou que eu tava feia, essas coisas que eu vejo meninas falando que sofrem. Então não tive muitos problemas. Foi bem tranquilo em relação a isso.
8- Alguém a sua volta entrou em transição depois de você?
Minha mãe. Como eu disse ela entrou junto, pra me apoiar. E permanece com seus cachinhos até hoje.
9- Acha que ser cacheada é uma moda?
Não! De jeito nenhum. Moda é uma coisa passageira, e tipo de cabelo não é algo que se muda do dia pra noite. É preocupante que a mídia mostre a transição de meninas, blogueiras cacheadas, como alguém 'na moda'. Acho que ninguém entra em transição e passa por tudo, por mais fácil que a transição dela seja apenas pra estar na moda. Além de que a gente teria que ter uma bola de cristal para adivinhar a tendência de dois anos depois, e largar as químicas antes.
10- Diga o que mudou no dia-a-dia depois de assumir a sua beleza natural:
A frequência de lavagens, e o tempo gasto. Eu não incomodo de sair com o cabelo cacheado molhado, então só levo uns 20 minutos pra lavar e finalizar o cabelo antes de sair de casa quando não faço hidratação. Isso me anima a lavar o cabelo quando eu quiser. Antes eu levava 1 hora, 1 hora e meia pra lavar, secar e cachear com chapinha, desanimava muito, principalmente de hidratar, porque demorava muito o processo inteiro.
11- Diga uma frase que inspire outras meninas a serem naturais:
O processo não é feito de mil maravilhas, mas cada dia você se ama mais. Autoestima é muito importante numa sociedade que pressiona tanto as mulheres a serem perfeitas para outras pessoas, enquanto desmoronam por dentro. Se amar é parte de uma revolução.
12- Qual foi o pensamento pra ter força e determinação para conseguir o que você tem hoje?
Pensamento crítico principalmente. Quando muita gente entra em transição por motivos estéticos mesmo, com os cuidados o cabelo fica mais bonito, mais tratado e simplesmente deixam a transição pra lá pra cuidar do cabelo alisado. Ter um pensamento crítico sobre o porquê eu alisei em primeiro lugar, o porquê de odiar meu cabelo natural, foi o que me fez seguir em frente.


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